Galiza Non Se Vende
Saúde e terra.
Com um fio
atei papeis de muitas cores
e fixem-lhe um arco íris pequeno ao vento.
Ás vezes a morte envolve-me
como a um ouriço a noite.
E sonho contigo e os teus círculos de cores.
Sonho que apareces entre os castinheiros do Courel
despido,
que vives numha árbore
com Julia Butterfly para evitar
que o governo permita umha canteira mais
no círculo de cores.
E sonho que apareces em Corrubedo
entre os cons, ou em Merexo,
e tes um lagarto arnal no ombro
e estás diante dumha excavadora
ergueito sobre um círculo de cores.
E contigo hai muita gente.
A gente que se deixa invadir pola natureza
-entra-lhe pola boca, os olhos, a língua
e fica protegida dentro sua
e fóra, no círculo de cores-
E vós que vendedes Galiza
por dinheiro, íde-lo pagar.
Porque em cada um dos nossos sonhos,
das nossas palavras,
nos paus que baixam polos rios,
nas pedras de Man de Camelhe
e nas ponlas das árbores da vida
hai círculos de cores,
e nas casas, nas ruas
e nos toxos que nacem debaixo da cama
hai círculos de cores.
Todos os dias pintamos
umha pancarta no ceu:
GALIZA NOM SE VENDE,
com círculos de cores.
Séchu Sende
0 comentarios